Tempo da Quaresma
QUARESMA: FRATERNIDADE EM CAMINHO
Para S. Francisco, contam-nos os seus primeiros biógrafos, das cinco quaresmas que fazia ao longo do ano – e que já tivemos uma formação sobre este assunto na Fraternidade – esta quaresma que prepara a Paixão, Morte e Ressurreição do Senhor era a Quaresma das quaresmas ou também chamada de a Grande Quaresma. Nela, o Pai Francisco, sentia-se muito identificado com a paixão de Cristo porque, por Ele, sofria de Amor.
Com este pensamento e sentimento, também demos, com toda a Igreja, início ao Santo Tempo da Quaresma com a celebração da Eucaristia na nossa Capela, presidida pelo nosso Assistente o Fr. Albertino Rodrigues OFM.
A Capela belíssima ficou ornada com as cores do caminho penitencial e com verduras como sinal do reflorescer do Amor de Deus neste caminho que iniciámos. Tal como do deserto pode e brota Vida, também nestes símbolos queremos sentir que ao caminharmos com o sentido penitencial, Deus fará brotar uma nova vida em nós pelo Seu Amor e Perdão. Sobre o Altar da Eucaristia estarão durante este tempo as cinzas para nos recordarmos em cada dia de que somos “pó e ao pó voltaremos”, mas que um pó de conversão ao Senhor e de partilha e profissão da nossa Fé em Fraternidade.
Nesta Eucaristia a Capela esteve praticamente cheia com utentes da Casa de S. Francisco e algumas pessoas de fora que nos visitaram. Podemos também dizer que este ano estiveram presentes responsáveis e colaboradores dos mais diversos sectores ou valências do nosso hospital. Algumas pessoas que há muitos anos não vinham à Missa este ano estiveram presentes e participaram.
Momento sempre forte pelo seu significado, para além de Cristo presente na Eucaristia no Altar, é o momento da bênção e imposição das cinzas sobre as nossas cabeças. Depois da homilia o Frei recordou a importância deste símbolo desde o Ant. Testamento e como se torna tão atual através do Cristianismo e sobretudo nos nossos dias. Receber as cinzas é convite à humildade, ao arrependimento, à conversão e levantar a cabeça porque Deus nos ama acima de tudo, mesmo dos nossos pecados.
Depois, e antes de impor as cinzas aos irmãos, o Frei Albertino pediu ao Irmão Ministro da Fraternidade, António Belmar, que lhe impusesse as cinzas sobre a sua cabeça pois também ele deve, enquanto Sacerdote e Pastor, estar no mesmo caminho das suas ovelhas, “cheirar às ovelhas” como diz o Papa Francisco, e ser ele o primeiro. Assim, o Irmão Ministro, impôs as cinzas ao Assistente e seguiu-se a imposição a todos os presentes que assim o desejaram. E foi grande o número de irmãos que este ano quiseram levar consigo este símbolo do caminho quaresmal.
Toda a celebração foi muito bem participada e com a ajuda do Ir. João Ganhão que preparou e animou o canto na liturgia.
Como sempre foram recordados todos os irmãos ausentes pelo trabalho, idade avançada, doentes e todos os que sempre se confiam à nossa oração e aos cuidados tanto dos nossos profissionais do hospital/Casa de S. Francisco, como os irmãos que sempre temos no nosso pensamento e coração. É nestes momentos especiais de encontro com Deus que estamos sempre mais sensíveis e recordamos quem caminha connosco nesta caminhada de fé e esperança.
Recordamos as muitas vezes em que, Francisco de Assis, de lágrimas nos olhos e braços em cruz, ajoelhado, rezada do fundo do coração “o Amor não é amado e por isso eu choro a paixão do meu Senhor”. Como Francisco vamos todos viver esta Quaresma com este sentimento e propósito de sentir cada vez mais este Amor oblativo de Cristo na Sua, Paixão, Morte e Ressurreição.
Desejamos a todos os Irmãos e a quem chegar esta partilha, votos de uma Santa Quaresma na identificação com o Cristo da Cruz.
Benedicat.
Fr. Albertino Rodrigues OFM
Assistente da Fraternidade