Ação Social
Pobreza e Partilha
No n.º 15 das Constituições Gerais da Ordem, bem como o número 11 da Regra, levam-nos a refletir sobre a nossa condição de pobres e de ajuda aos mais desfavorecidos.
Esta parte completa decerta forma, ou mesmo quase repete, um pouco do que é a nossa missão, mas aqui apenas no tocante à ação social. Os documentos citados acima recordam aoFranciscano Secular que devem procurar empenhar-se em viver o espírito da pobreza, à luz das Bem-aventuranças realçando o valor da pobreza evangélica,que também os seculares devem observar, como manifestação da confiança total emDeus que “põe em ação a liberdade interior e (nos) dispõe a promover uma mais justa distribuição das riquezas (cf. Regra 11)”.
Tal como dizia S. Francisco, o trabalho honesto deve ser o sustento dos Irmãos e da sua família bem como serviço à Sociedade,tanto ao nível de bens materiais como espirituais. Isto só é possível a partir do grande empenho pessoal e o estímulo da Fraternidade mediante a oração e o diálogo, revisão comunitária da vida, a escuta das indicações da Igreja, daOrdem e das exigências da sociedade.
Desta forma os Franciscanos Seculares devem empenhar-se em reduzir as exigências pessoais para melhor partilhar os bens espirituais e materiais com os irmãos, sobretudo com os mais carentes, dando graças a Deus pelos bens recebidos, usando-os, como bons administradores, não como proprietários e procurando dar testemunho de anti consumismo sobrevalorizando em cada momento da sua vida a riqueza dos valores humanos e religiosos que não permitam a exploração humana. Amem e pratiquem a pureza do coração, fonte da verdadeira fraternidade.
A Fraternidade de S. Francisco da Cidade, emLisboa, Não está alheada desta reflexão e procura, a partir das resoluções doConselho da Fraternidade, do Conselho de Administração do nosso Hospital, daAssistência Religiosa da Fraternidade e Capelania do Hospital e da Casa de S.Francisco bem como com outras parcerias em prol de uma melhor e mais adequada prestação de ajuda socio-caritativa.
Além dos apoios hospitalares e dos descontos em prestações de serviços que se fazem aos Irmãos e a outros como os Irmãos daPrimeira Ordem, a Fraternidade leva com muito carinho a missão de acolher,cuidar, tratar e acompanhar pessoas de idade avançada e muitas vezes já bastante fragilizadas na Casa de S. Francisco. Este espaço ao jeito de lar é a residência de uma dezena de pessoas que aqui quiseram acolher-se para viver o resto dos seus dias com a dignidade e o cuidado que nós sabemos dar e que tantas vezes tem sido louvado.
Também o apoio, em parceria com a Basílica dosMártires, no serviço aos sem abrigo oferecendo a Fraternidade cerca de quarenta refeições por dia. Está também em andamento e diálogo uma possível parceria como Movimento Re-food que procura através dos alimentos não consumidos e recolhidos fazer chegar refeições quentes e limpas aos mais necessitados. Aqui quer a Fraternidade também apoiar esta causa.
Ao nível espiritual, porque também aqui se funda o resto, a Fraternidade dispõe de um Irmão Sacerdote, nomeado pelo MinistroProvincial da OFM, para dentro do direito dar a devida assistência aos IrmãosTerceiros, a nível pessoal quando assim o desejarem e ao nível da Fraternidade na formação e acompanhamento como membro do Conselho. Este Irmão é também oCapelão do nosso Hospital pelo que entra aqui também, através da sua presença junto dos técnicos de saúde, funcionários e sobretudo os doentes a presença daFraternidade de S. Francisco da Cidade. Através destes caminhos do espiritual acabamos, ainda que indiretamente, de ser e estar, prestar se servir em outra dimensão sócio caritativa a que nos tempos de S. Francisco se poderia chamar doIrmão Leproso, no sentido daquele que mais sofre e com quem mais se identifica com Cristo sofredor.Seria impossível descrever aqui, depois, todo o empenho que cada Irmão da Fraternidade desenvolve na sua casa, família, emprego, comunidade eclesial no sentido de ajudar os mais carenciados. Essa conta fica no coração de Deus e de S. Francisco e na alegria de cada Irmão envolvido.
Frei Albertino Rodrigues OFM