S. Francisco: FÉ E VIDA EUCARISTICA
A reunião da Fraternidade do mês de março, por motivos de força maior, realizou-se a 6 de abril, e teve como tema “S. Francisco: Fé e Vida Eucarística”, ajudando-nos a refletir sobre a forma como São Francisco a viveu, testemunhou e pediu que anunciássemos. Apresentou o Tema o nosso Irmão João Ganhão, com a presença significativa de vários irmãos da Fraternidade.
Começou por nos ajudar, a partir do número 4 do Testamento de São Francisco, a entender aquilo a que chamou a descoberta da Eucaristia, a partir do Testamento do Santo, onde Francisco de Assis diz que “o senhor deu-me e me dá tanta e tal fé nas igrejas pobrezinhas e nos seus Sacerdotes (…) e quero amá-los, reverenciá-los, porque são, meus senhores, e são eles que ministram o Corpo e sangue de Nosso Senhor Jesus Cristo…”. Desta forma fomos levados a entrar nesta presença real de Cristo na Igreja e nas mãos dos Sacerdotes. Depois fomos convidados a visitar, ainda que em pensamento, o caminho, o percurso feito por São Francisco até chegar à paixão amorosa de Cristo Eucaristia, iniciando a sua descoberta no encontro com o Cristo de São Damião, o beijo dos leprosos, o despojamento diante do Bispo de Assis um reconstrutor de igrejas, o amor aos Sacerdotes e, desta forma, Cristo Eucaristia como centro da sua vida. Recordou-nos ainda, o nosso irmão João, a partir do Testamento São Francisco, no número 4 e 5, a oração lindíssima de São Francisco “nós Vos adoramos Santíssimo Senhor Jesus Cristo, aqui e em todas as vossas igrejas que estão por todo o mundo, e Vos louvamos porque pela Vossa Santa Cruz remiste do mundo”.
Seguidamente, a partir de alguns textos como a Primeira Regra, a Segunda Vida de Tomás de Celano, a Legenda Maior de são Boaventura, entre outros, mostrou-nos também este percurso que leva São Francisco, aí se apaixonando cada vez mais pela Eucaristia, salientando-se, de forma muito especial, a partir dos textos das Fontes Franciscanas, a forma como os “Sacerdotes devem ser venerados e honrados por todos, porque são seus Senhores”, dizia São Francisco, e porque são eles que verdadeiramente trazem esta realidade, como Ministros Sagrados a Igreja e, a partir daí, trazem Cristo Eucaristia, Cristo Perdão e nos ministram, o Santíssimo Corpo e Sangue de Jesus Cristo, o grande mistério da Eucaristia, mostrando de facto esse grande amor que é parte de uma contemplação de São Francisco, contemplação que leva a paixão, a paixão pelo Cristo, que sendo invisível aos nossos olhos se torna real ali no altar, no pão e no vinho consagrados. E é ali Que Francisco descobre de forma muito clara o rosto de Cristo.
Esta descoberta do rosto de Cristo leva aquilo a que podemos chamar a pedagogia do olhar franciscano. A partir do número 27 da Carta a toda a Ordem, recordou-nos o irmão que o Senhor se esconde nas aparências do pão, Ele é Sacramento, é presença real no meio de nós. Este encontro dá-se pela fé. Francisco leva cada homem a amar cada vez mais Cristo pão da vida, Cristo vinho novo, que são os Seu Corpo e o seu Sangue, que nos resgatou do pecado e da morte.
Francisco, na Carta a toda a Ordem não aceita de forma alguma as faltas de desrespeito para com Cristo Eucaristia e, por isso, pede aos seus frades de onde virem Cristo Eucaristia mal cuidado, o tragam para os nossos conventos. Para Francisco, Cristo é a presença corporal quando está no seu Corpo e Sangue sobre o Altar ou no Sacrário. Cristo é presença pessoal a que São Francisco tantas vezes chama o filho Amado. Cristo é vida e atualidade, quando através da Eucaristia Ele se nos dá, se nos oferece em Palavras e Espécies Consagradas, que nos conduzem à realidade da sua presença e amor no meio de nós.
Ao jeito de conclusão, o irmão João volta a recordar-nos que primeiro Francisco de Assis descobre a Igreja e cria uma nova mentalidade, imagem dessa Igreja. Depois, a partir da Igreja, encontra os Sacerdotes a quem venera e honra, porque são eles que lhe trazem Cristo. E, obviamente, toda a sua vida, como já foi dito anteriormente, é centrada na Eucaristia. O Cristo de São Francisco de Assis é acima de tudo o Cristo que lhe fala, que o consagra, que o envia, mas é sobretudo aquele Cristo que se oferece no Pão e no Vinho, no Corpo e Sangue. Para ele a Eucaristia faz a Igreja e a Igreja faz a Eucaristia. É uma dialética que só os Sacerdotes podem ministrar, e nós todos, Irmãos Franciscanos Seculares, acolhemos com fé no Coração. Esta fé que se infiltra no mesmo Coração de cada um e na vida é aquela descoberta da fé de Francisco na Eucaristia que leva a que cada Irmão Secular, no nosso tempo, aceite o desafio de seguir Francisco de Assis neste amor tão profundo à Eucaristia.
(Resumo feito pelo Assistente da Fraternidade)
Frei Albertino S. Rodrigues OFM