Ontem dia 18 de novembro de 2020, dia da Festa de Santa Isabel da Hungria, Padroeira da Ordem Terceira de S. Francisco de Assis, com 62 anos de idade, a nossa querida Amiga e Irmã Maria do Rosário P. C. O. Belmar da Costa – a nossa Rosarinho – partiu para a Casa do Pai.

É sempre com muita tristeza que vemos partir alguém de quem gostamos, que fez parte do nosso caminho, da nossa Vida, da nossa vocação à missão do Poverello de Assis. São Paulo diz que “quando um membro do corpo sofre, todos os membros sofrem” (1 Cor 12, 26). A partida da Rosarinho traz a todos nós a tristeza de uma perda de alguém que nos é querido, mormente para o António Belmar e os filhos António e Pedro, a quem desde já manifestamos todo o nosso carinho, afeto e oração.

A Rosarinho nasceu a 11 de abril de 1958, e interpelada pelo Carisma Franciscano foi admitida na Fraternidade da Ordem Terceira (Ordem Franciscana Secular, para iniciar um período de formação inicial, 21 de maio de 2006, vindo a Professar na Ordem, como leiga Consagrada, a 19 de maio de 2007, Ordem e Fraternidade na qual já havia professado, cinco anos antes, o seu marido António Belmar, hoje Ministro desta mesma Fraternidade.

Era uma Irmã assídua e ativa na participação nas Reuniões, encontros, formações e muitas vezes nas Eucaristias da Fraternidade e aos sábados, na Capela do Hospital da Ordem Terceira.

Curiosamente, para mim que olhava sempre do Altar, posso recordar, e passando agora por muitas fotos, que o lugar habitual na Capela, onde a Rosarinho gostava de ficar, era ali ao lado da Imagem de Nossa Senhora de Fátima, curiosamente ela a quem batizaram com o nome da Virgem do Rosário. Posso partilhar que tenho conhecimento da grande devoção que ela tinha à Mãe do Céu e dos muitos Terços que familiares e amigos, nestes últimos tempos de frágil saúde e despedida deste mundo, muitos Terços foram rezados diariamente via plataforma digital pela Rosarinho. Talvez o milagre pedido fosse a sua cura, certamente, mas que fazer quando Deus quer os filhos amados junto, mais perto de Si?!

Os Terços rezados e as Eucaristias celebradas também pela Rosarinho, tiveram um outro milagre, assim mo faz sentir o Dom da Fé, o milagre da entrada triunfal na Glória da Eternidade, pois é para lá que todos vamos caminhando e, como reza o salmo 83 “Felizes os que habitam na vossa casa, Senhor! Eles vos louvarão, eternamente”. O milagre da Rosarinho é o do louvor eterno, pelo que que foi nesta sua passagem pela terra como Dom de Deus, como mulher, filha, esposa e mãe, como amiga e companheira de caminho, não esquecer que companheiro é aquele que partilha do pão da minha mesa.

O seu sentido de conhecer sempre mais, levava-a a questionar o que não entendia, tanto nas reuniões de formação da Fraternidade, como a nível da assistência espiritual, na procura por entender o caminho que Deus quer ou aprender a caminhar cada vez mais no Carisma Franciscano sem perder o “norte” da sua Consagração.

Recordar também a amiga acolhedora em sua casa, cheguei a poder ter essa graça em dia de Natal, aliás gesto da família Belmar da Costa há muitos anos para com o P. Costa Santos. A preocupação que no dia em “que nasce Deus” o Assistente da Fraternidade, mas acima de tudo grande amigo de longa data não passasse este dia mais só mas se sentisse em família, e este mesmo gesto eu o pude viver também. OBRIGADO!!!

Mulher alegre e delicada no trato com todos, uma delicadeza que a tornava muito próxima dos que a rodeavam mas nos últimos tempos a fragilidade da sua saúde foi-se agravando e, por muito que a medicina quisesse ajudar, a sua hora chegou de voltar para Deus.

Amanhã dia 19 de novembro, dia de Santa Inês de Assis – irmã de santa Clara – a bandeira da Fraternidade será hasteada 24 horas a meia haste em homenagem da nossa querida Rosarinho.

Como já se foi informando, a pandemia da covid-19 que nos assola não permite a homenagem que a Rosarinho merece, com a presença física de todos os familiares e muitos amigos e irmãos da Fraternidade. Neste sentido não poderá haver, como seria desejável, um tempo de velório de despedida nem uma Missa das Exéquias (Corpo presente) como seria desejável. São os confinamentos e as diretrizes da segurança e da saúde que em Igreja temos que respeitar e incentivar.

Mas para que não deixe de haver essa merecida homenagem em contexto da Fé e da Esperança na Vida Eterna, na próxima sexta-feira, dia 20, celebraremos Missa (sem o corpo da Rosarinho) às 11h30 na Igreja do Seminário Franciscano da Luz, e pelas 14h00 o seu corpo chegará ao Cemitério, acompanhado pela família mais próxima, para a última despedida e deixar que se cumpra a Palavra de Deus “Lembra–te, ó homem/ó mulher, que és pó, e ao pó hás de voltar” (Gn 3, 19).

Posteriormente, e sobretudo para os Irmãos da Fraternidade, em dia a combinar com a família, celebraremos Missa na nossa Capela.

Agradecemos a Deus o dom e testemunho da Rosarinho enquanto mulher, esposa e mãe, enquanto amiga e no nosso caso pelo seu testemunho de Fé e Irmã Franciscana.

Que do Céu ela nos olhe com o seu sorriso e a delicadeza dos santos.

Obrigado Rosarinho…

Fr. Albertino S. Rodrigues  OFM

(Assistente da Fraternidade)