Ordem Franciscana Secular – OFS
História
O cronista da Ordem Terceira, Dr. Manuel de Oliveira Ferreira, afirma que em 1234 florescia com grande lustre a Ordem Terceira em Portugal.
Não temos porém, documentos que precisem organizações das primeiras fraternidades de Penitentes e sua multiplicação entre nós.
A organização movimentada em Itália, no final de 1200, indubitavelmente chegaria até nós, e nesse tempo se estabeleceriam as fraternidades de Irmãos da Penitência, principalmente em Bragança, Guimarães, Coimbra, Leiria, Alenquer, Santarém, Lisboa, Évora, Portalegre, Guarda, Covilhã e Porto. Mas, repita-se, não ficaram provas directas destas organizações.
Há referências nos cronistas das províncias franciscanas portuguesas, do século XVII, a postulantes professos da Ordem Terceira daquela época e que se destacaram pelas suas virtudes ou posição social e uma ou outra corporação de Terceiros, agrupados para fins singulares de caridade.
O exemplo destas, o fervor com que abraçavam a austeridade da perfeição evangélica, ideadas pelo Seráfico Patriarca de Assis incendiou os cristãos de outras terras continentais. Nos meados do mesmo século XVII apareceram muitas fraternidades, quer no continente, quer nos Açores e Madeira.
A dispersão geral dos religiosos, em 1834, ocasionou perplexidade, embaraços edúvidas no governo habitual das fraternidades. Muitas delas continuaram a ser dirigidas pelo religioso que era o seu comissário, à data daquela exclaustração.
Extintas as províncias franciscanas, e perseguidos como feras pelos mações de 1834, os milhares de religiosos, as Ordens Terceiras, que deles nasceram e deles se vivificavam lenta mas progressivamente desfaleceriam.Com a aproximação do VII Centenário do nascimento de São Francisco, anunciado e recomendado peloPapa franciscano Leão XIII, na sua Encíclica Auspicato Concessum, de 13 deSetembro de 1882, intensifica-se, no mundo católico, propaganda desta obra franciscana, proposta nesse documento pontifício, como reforma dos costumes familiares e cristãos.
Este incêndio seráfico, soprado do mesmo Vaticano, não avançou nas nossas fronteiras.
Os franciscanos portugueses podem alegar, com verdade, como desculpa do atraso neste mesmo apostolado, a dispersão das suas comunidades, forçada pela política anticongregacionista, em Abril de 1901, e a exclaustração e roubo dos seus bens pelos corifeus da República de 1910.
No final do século XIX, havia conhecimento de setenta e cinco fraternidades,algumas das quais sem vida espiritual apreciável, e grande parte delas sem contacto com superiores franciscanos.
Após o Concílio Vaticano II, surgiu em Portugal um forte movimento de restauração da Ordem Terceira e das suas fraternidades.
Liderados, principalmente por Frei António de Pinho, OFM e pelo franciscano secular Alfredo dos Santos Freire, muitas fraternidades foram reactivadas e muitos cristãos começaram a viver o Evangelho, na radicalidade da espiritualidade de São Francisco de Assis.
Com a Regra de Vida, dada pelo Papa Paulo VI, e as Constituições Gerais da Ordem Franciscana Secular, a Ordem não mais parou de crescer em número de Irmãos e Irmãs e Fraternidades. Também a juventude abraçou este ideal de vida e nasceu a JUFRA (Juventude Franciscana de Portugal), impulsionada pelo Conselho Nacional, com a liderança destacada da Irmã Isabel Jardim de Campos.
No início do terceiro milénio a Ordem Franciscana Secular está bem implantada em Portugal, servida por um Conselho Nacional, cinco Conselhos Regionais, com 94 Fraternidades e cerca de três mil Irmãos e Irmãs.
A Assistência Espiritual é confiada à Primeira Ordem e concretiza-se através da Conferência de Assistentes Espirituais (OFM, OFMCap e OFMConv), os Assistentes Espirituais das Regiões e os Assistentes Espirituais da Fraternidades locais (frades franciscanos, dos três Ramos, algumas Irmãs Franciscanas, bem como alguns sacerdotes diocesanos). Estes exercem a tríplice missão de garantir a fidelidade da OFS ao carisma franciscano, a comunhão com a Igreja e a união coma Família Franciscana.