Estigmas do Alverne: Início de ano pastoral

17 Sep 2019

A Fraternidade iniciou, hoje dia 17 de setembro, o seu Ano Pastoral,  dia em que toda a Família Franciscana celebra a Festa dos Estigmas de S. Francisco, recebidos no Monte Alverne, como nos relatam os primeiros Biógrafos (Cf. texto e fotos abaixo, de Tomás de Celano).

Na nossa Capela da rua Serpa Pinta, ao final da tarde, com a Relíquia do Poverello à Veneração, sob o Altar o nosso Assistente celebrou a Eucaristia da Festa. Foi uma participação significativa dos Irmãos, tanto pela presença

como pela participação nos momentos de leitura e canto num louvor unido a toda a Família Franciscana. No fim da Eucaristia, ali mesmo na Casa de S. Francisco, juntamente com as utentes e outros amigos, foi servido um chazinho com bolinhos e outras delícias que proporcionou um alegre momento de encontro e convívio fraterno entre todos.

Voltámos à Capela e aí tivemos então a primeira reunião deste ano, onde o Irmão Ministro fez alguns avisos e deu informações e o nosso Assistente falou também do que se propõe ser o caminho de formação permanente na Fraternidade este ano.

Os Irmãos presentes aceitaram a proposta e assim, este ano, teremos como pontos de reflexão e formação permanente, nas reuniões mensais, o nosso grande Santo António, uma vez que se celebrará ao longo de 2020 os oito séculos do Martírio dos primeiros Mártires Franciscanos em Marrocos, cujo corpos se encontram em Coimbra, e consequentemente da entrada do Santo na Ordem Franciscana tomando o nome de António, o Santo António de Lisboa.

Assim demos por terminada a reunião com uma breve oração e desejo de boa festa para todos.

 

 

ESTIGMAS DE S. FRANCISCO DE ASSIS

Fontes Franciscanas – 1 Tomás de Celano, Cap. III –  94-96

Visão de um homem na figura de um Serafim crucificado

94. 1 Dois anos antes de partir deste mundo para o céu, permanecendo ele no ermitério que, em razão do local onde se encontra, tem o nome de Alverne[1], foi por Deus favorecido com a seguinte visão: pairando acima dele, apareceu-lhe um homem em forma de Serafim, com seis asas, preso a uma cruz, os braços estendidos, unidos os pés. 2 Duas asas prolongavam-se por cima da cabeça, duas abriam-se para voar, e outras duas cobriam-lhe todo o corpo.

3 Esta aparição mergulhou num pasmo infindo o servo do Altíssimo que, todavia, não acabava de lhe entender o significado. 4 Sentindo-se envolvido pelo olhar benigno e afectuoso daquele serafim de inexcedível beleza, experimentava um gozo imenso, uma fogosa alegria. Contudo, aterrava-o sobremaneira vê-lo cravado na cruz, sofrendo atrozmente as dores de tamanha paixão. 5 Levantou-se triste e alegre ao mesmo tempo, se assim me é lícito exprimir, alternando em seu espírito sentimentos de fruição e de amargura. 6 Buscava com ardor descobrir o sentido da visão, mas todo se lhe agitava o espírito no esforço de o conseguir. 7 Não lhe consentindo a inteligência devassar coisa alguma e sentindo-se totalmente subjugado com a singularidade da aparição, eis que nas suas próprias mãos e pés vê surgir os mesmos sinais dos cravos que pouco antes vira no misterioso homem crucificado.

95. 1 As mãos e os pés pareciam ter sido atravessados ao meio pelos cravos, sobressaindo a cabeça destes da palma das mãos e a ponta, do lado oposto. 2 Os sinais eram redondos no interior das mãos e alongados nas costas, e uma excrescência carnosa fazia lembrar a ponta dos cravos, rebatida e recurvada. 3 Também nos pés se lhe viam as marcas dos cravos, sobressaindo do resto da carne. 4 No lado direito, que uma lança parecia ter atravessado, estendia-se ampla cicatriz que sangrava frequentemente, de modo que a túnica e as bragas se tingiam daquele sangue bendito.

5 Bem poucos foram os que, em vida do servo crucificado do Senhor crucificado, mereceram contemplar esta sagrada ferida. 6 Afortunado foi frei Elias[2] que, vivendo ainda o Santo, pôde vê-la de algum modo. 7 Não menos privilegiado foi Rufino, que pôde tocá-la com as próprias mãos. Friccionava-lhe ele um dia o peito, quando a mão, resvalando casualmente sobre o lado direito, lhe tocou a sagrada ferida. Tão grande dor afligiu o Santo que, afastando a mão que o tocara, pediu ao Senhor lhe perdoasse.

8 Com tanta habilidade dissimulava o prodígio aos olhos dos estranhos, 9 e até dos próprios irmãos e amigos, que durante muito tempo estes nada souberam, nem sequer os mais devotados e íntimos dos seus discípulos. 10 E, embora este servo e amigo do Altíssimo se visse adornado com as jóias preciosas de tão maravilhosos sinais e distinguido com uma honra tal que de outra semelhante não havia memória, jamais sentiu desvanecimento em seu coração ou alguma vez desejou louvar-se do facto, com apetites de vanglória. 11 Pelo contrário, temendo sempre que, à conta daquelas chagas, a estima dos homens lhe pudesse roubar a graça divina[3], grandemente se afanava em mantê-las ocultas aos olhos de todos[4].

96. 1 Tinha feito consigo mesmo o propósito de não confiar senão a muito raros o surpreendente segredo, com receio de que os amigos, em parte para se louvarem da predilecção do Santo, não resistissem à tentação de o divulgar, daí resultando para ele uma diminuição da graça concedida. 2 Por isso, com frequência lhe subia do coração aos lábios aquela palavra do Profeta que tanto prezava: «Escondi no meu coração as Tuas palavras para não pecar contra Ti»[5]. 3 Tinha inclusivamente acordado com seus irmãos e filhos que a recitação deste versículo seria o sinal com que devia interromper a conversação com as pessoas que de fora o procuravam: a este sinal deviam eles despedir delicadamente os visitantes.

4 Sabia por experiência própria como era nocivo para a alma comunicar tudo a todos, e que não pode ser homem espiritual quem não possui em seu espírito outros e mais profundos segredos além dos que podem ser lidos no rosto e julgados pelos homens. [6] Com efeito, tinha notado que certas pessoas estavam de acordo com ele na sua presença, mas, no fundo, pensavam diversamente: diante dele, aplaudiam-no; por trás, achincalhavam-no, sendo estes mesmos os que o induziam a pensar injustamente e a ter como suspeitos homens de todo irrepreensíveis.

6 Desgraçadamente, a maldade tenta muitas vezes denegrir o que é puro, e, porque a mentira é vício de muitos, acabamos por não acreditar na sinceridade de poucos.

[1] Na montanha do Alverne, ou La Verna, (1.269m), na Toscana, diocese de Arezzo. S. Francisco recebeu-a como dádiva do conde Orlando de Chiusi em 1213. O prodígio dos estigmas ocorreu nas proximidades da festa da Exaltação da Santa Cruz, no ano de 1224, como nota São Boaventura (LM 13, 3).

[2] Cf. 2C 138, quanto ao estratagema que usou.

[3] Ex 28.

[4] 2C 135.

[5] Sl 118, 11.

[6] A concórdia e a obediência da carne ao espírito eram nele tão perfeitas que, esforçando-se o espírito por alcançar a santidade, não só a carne lhe não opunha resistência, como porfiava em se lhe adiantar, conforme ao que está escrito: «A minha alma está sedenta…”.

 

ORAÇÃO DE JOÃO PAULO II no Monte Alverne

Ó São Francisco, estigmatizado do Monte Alverne,
o mundo tem saudades de ti,
qual imagem de Jesus crucificado

Tem necessidade do teu coração

aberto para Deus e para o homem,
dos teus pés descalços e feridos,

das tuas mãos trespassadas e implorantes.

Tem saudades da tua voz fraca,

mas forte pelo poder do Evangelho.

Ajuda, Francisco, os homens de hoje
a reconhecerem o mal do pecado
e a procurarem a sua purificação na penitência.

Ajuda-os a libertarem-se
das próprias estruturas do pecado,
que oprimem a sociedade de hoje.

Reaviva na consciência dos governantes
a urgência da Paz nas Nações e entre os Povos.

Infunde nos jovens o teu vigor de vida,
capaz de contrastar as insidias das múltiplas culturas da morte.

Aos ofendidos por toda espécie de maldade,
comunica, Francisco, a tua alegria de saber perdoar.

A todos os crucificados pelo sofrimento,
pela fome e pela guerra, reabre as portas da esperança.

Ámen.                                  (João Paulo II)

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Venerável Ordem Terceira

AGENDA DA FRATERNIDADE

Maio

03 Maio ANIV. - VALENTINA DUARTE PINTO
07 Maio 18h00 - Reunião do Conselho
11 Maio 10h00 - Reunião da Fraternidade Visita Fraterna em Ordem ao capítulo eletivo 13h00 - Almoço 16h00 - Eucaristia
21 Maio ANIV. - A. DO CÉU P. ROLETA PIRES
25 Maio Capítulo Nacional Ordinário
28 Maio ANIV. - MARGARIDA SA DANTAS
29 Maio ANIV. - ROBSON F. SILVA OLIVEIRA
30 Maio Solenidade do Santíssimo Corpo e Sangue de Cristo.
Procissão do Corpo de Deus.

Junho

03 Junho ANIV. - JOSÉ LUÍS S. ROMÃO
13 Junho Santo António de Lisboa, Doutor da Igreja (solenidade) PADROEIRO DA CIDADE DE LISBOA
19 Junho ANIV. - REGINA M.ª CORREIA REBÊLO
20 Junho 18h00 - Reunião do Conselho
22 Junho 14h30 -  Reunião da Fraternidade
28 Junho ANIV. - ANTÓNIO BELMAR DA COSTA

Julho

03 Julho ANIV. - M.ª INÊS LEMOS M. VINAGRE
04 Julho Bodas de Prata Frei Albertino Ordenação Sacerdotal
09 Julho 18h00 - Reunião do Conselho
13 Julho 10h00 -  Reunião da Fraternidade Capítulo Eletivo (horas a marcar)
15 Julho Festa – São Boaventura, Bispo e Doutor da Igreja (OFM)
16 Julho Memória – Canonização de São Francisco de Assis

Agosto

01 Agosto ANIV. - ISABEL COSTA M. ALVES
02 Agosto N. S. dos Anjos da Porciúncula: Indulgência Plenária - Perdão de Assis (veja com o seu Assistente como pode beneficiar desta Indulgência) MISSA NO HOTC hora a confirmar
02 Agosto a 15 Agosto Peregrinação da OFS a Itália
09 Agosto ANIV. - CARLOS PEDRO GÓIS
11 Agosto Festa – Santa Clara de Assis, Virgem, Fundadora, com S. Francisco, das Irmãs Clarissas
19 Agosto ANIV. - JOÃO CARLOS G. GANHÃO
23 Agosto ANIV. - MARIA DE JESUS FRAGA
25 Agosto Festa – São Luís de França, Padroeiro da OFS

Setembro

06 Setembro ANIV. - ANTÓNIO JOSÉ GONÇALVES
11 Setembro ANIV. - JOSÉ FILIPE DE B. RIBEIRO
12 Setembro ANIV. - MARIA ANA G. VELASCO MARTINS
16 Setembro ANIV. - JORGE RAPOSO DE MAGALHÃES ANIV. - LUÍS A. TORRES DE L. ALVES ANIV. - LUÍS MANUEL F. MARTINS
17 Setembro Festa das Chagas de S. Francisco    
29 Setembro ANIV. - MARIA S. CRUZ DE VASCONCELOS

Outubro

06 Outubro ANIV. - MARIA ELISABETE  S. SILVESTRE
10 Outubro ANIV. - P. Frei Albertino da S. Rodrigues,  OFM
21 Outubro ANIV. - ANTÓNIO MARIA BAIÃO

Novembro

01 Novembro Solenidade de Todos os Santos - Missa no HOTC
HOTC
Vaticano
Igreja Portuguesa
Família Franciscana
CIOFS
OFS Portugal
Fátima
Ecclesia
Jufra OFS